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Grupo reflexivo identifica e previne gatilho de violência contra mulher no Oeste de SC#

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O relato sincero de um participante do primeiro grupo reflexivo da comarca de Mondaí, Oeste de Santa Catarina, demonstra a necessidade atender os homens autores de violência doméstica, além das vítimas.

"Só tenho a agradecer aos profissionais que se dedicaram bastante e conseguiram fazer com que nos sentíssemos à vontade para falar e abrir o coração. Conseguimos expressar coisas que são difíceis de conversar com amigos, por exemplo. Quem tiver a oportunidade de participar de um grupo assim, indico que faça o possível – ou quase o impossível – e vá porque não é tempo perdido. Tivemos que deixar, às vezes, o serviço de lado e participar do grupo, mas valeu a pena. Muito bom esse grupo reflexivo! A gente pode se expressar de forma bem tranquila e saímos bem mais aliviados”, relata participante.

A possibilidade de conversar sobre vivências e desconstruir conceitos e culturas – com orientação profissional – aparece como alternativa para encerrar o ciclo violento. O próximo grupo já está em formação para iniciar em 2024. A iniciativa é preconizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em Mondaí, o projeto recebeu o nome "Nem com uma flor”, referência ao ditado de que "Em uma mulher, não se bate nem com uma flor”, nome concebido pelo chefe de Secretaria do Foro, Ricardo da Silva Conter. Nesta primeira edição, foram realizados quatro encontros ao longo de três meses, com cinco participantes.

A condução dos encontros foi realizada por profissionais que integram o quadro do Poder Judiciário e das equipes dos serviços de proteção básica e especial em assistência social, além de uma voluntária. Foram eles: Cilene Kosmann (assistente social do Poder Judiciário); Ricardo da Silva Conter (analista administrativo do Poder Judiciário); Roiter Marafon (assistente social); Camila Vier e Renata Parcianello (psicólogas) vinculadas a Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação do município de Mondaí e da voluntária Denise Vicente (psicóloga).

Para o ano que vem, o grupo será organizado para reuniões quinzenais, previstas para ocorrer nos meses de março/maio (1º ciclo), julho/setembro (2º ciclo) e outubro/dezembro (3º ciclo).  A participação é parte do acordo proposto aos homens que respondem processos embasados na Lei Maria da Penha, com possibilidade também da adesão voluntária de homens autores de violência doméstica e familiar mediante encaminhamento pela rede de atendimento.

"O que percebemos é que, em muitos casos, mesmo sendo preso ou se separando da vítima, o homem se relaciona novamente e a violência se repete, como num ciclo sem fim. Por meio de rodas de conversa, o agressor consegue entender o gatilho da própria violência para evitar que novos episódios aconteçam”, ressaltou a coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, em recente passagem pelo Oeste.

Já a assistente social Cilene Kosmann, coordenadora técnica do projeto na comarca de Mondaí, afirmou que "O Grupo Reflexivo possibilitou um espaço acolhedor, educativo e de sensibilização acerca dos padrões societários de masculinidade, questões de gênero, direitos humanos, parentalidade e das consequências decorrentes das práticas violadoras aos direitos das mulheres, fomentando o compartilhamento de vivências pelos participantes que avaliaram positivamente a experiência.

Ademais, o envolvimento dos profissionais da rede de atendimento, bem como o apoio do juiz da comarca, Júlio César de Borba Mello, foram decisivos para que a proposta atingisse os fins almejados, pois todos os envolvidos no projeto acreditam que o grupo reflexivo é uma ferramenta importante de responsabilização e de construção de novos referenciais, visando maior assertividade na resolução dos conflitos relacionais pelos homens autores de violência doméstica e familiar”.

"A vítima de violência doméstica é para quem voltamos a máxima atenção e há políticas públicas a elas, inclusive projeto vindouro, articulado pelo Judiciário local, justamente com essa perspectiva. Contudo, o distanciamento corpóreo do agressor da vítima não o impede de, em futuros relacionamentos, tornar a se comportar de forma violenta. E é aqui que o grupo reflexivo intercede.

Esse projeto, do qual nos orgulhamos, é fruto de uma cooperação entre servidores do Judiciário e dos serviços de proteção de Mondaí, movido exclusivamente pelo senso de necessidade e dever desses valorosos servidores que desempenham suas funções em horários além de suas cargas regulares sem qualquer sorte de contraprestação financeira, a quem devo meu mais sincero agradecimento”, pontuou o magistrado.

Fonte: TJSC


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Fonte:https://clicrdc.com.br/categoria-geral/grupo-reflexivo-identifica-e-previne-gatilho-de-violencia-contra-mulher-no-oeste-de-sc/
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